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Post do Aluno

  • carpediemetec
  • Sep 22, 2014
  • 3 min read

Uivos – uma história real

Essa não é uma história de princesas, é uma história perturbadora e real.

Não me lembro ao certo das datas, mas lembro-me de tudo o que aconteceu...

Estava na 5ª ou 6ª série, estudava no período da tarde, saia da escola por volta das seis horas da noite, voltava para casa junto com mais três amigos, Mateus, Juliana e Cláudia. Certo dia resolvemos ir por um caminho diferente, na verdade nesse novo caminho a única mudança era uma rua, uma maldita rua, onde tudo começou.

Nessa rua havia grandes árvores com fungos em seus troncos e casas antigas, era silenciosa de uma forma diferente, algo chamou nossa atenção em uma dessas casas, era um cachorro, um belo Pastor Alemão com olhos negros e profundos. Ficamos ali por algum tempo, conversando e acariciando nosso novo colega. Continuamos nosso caminho, entusiasmados pelo cão, decidimos que no dia seguinte escolheríamos um nome para ele.

Fui para casa e fiquei pensando naquele cachorro, era estranho, eu não era do tipo de criança que gostava de animais, mas aquele era diferente, passei o resto da noite pensando nele, tomei banho, fiz minha lição de casa, jantei, e me deitei ansioso pelo dia seguinte.

Já que chegamos à escola noutro dia se pusemos a discutir sobre um nome – não sou capaz de lembrar as propostas, somente a escolha – “Peludo”, não víamos a hora de terminar as aulas para contarmos ao cachorro seu nome.

Finalmente o sinal tocou, então pudemos ir ao encontro de “Peludo”, e ele nos esperava com seus olhos profundos, contamos sobre seu novo nome, ele deve ter gostado. No caminho de casa havia um Pet-Shop, decidi comprar alguns biscoitos para o “Peludo”, pensei em voltar para levá-los a ele, mas já escurecerá, deixei então para o outro dia.

Mais uma vez passamos naquela casa e ele nos esperava, naquele dia fiquei um pouco mais do que nos outros dois, eu lhe dei os biscoitos e conversei com ele depois dos outros irem embora. Já começara a escurecer e os olhos dele estavam iguais como conhecera, me despedi dele ele lambeu meu rosto, enquanto caminhava por aquela rua podia ouvir o uivo de Peludo, o som diminuía a cada passo até que não o ouvia mais, a rua estava fria e silenciosamente diferente...

Ele se tornou um “membro” de nossa turma, mas isso não durou muito e custou muito, durante três dias passamos pela mesma rua e lá estava ele esperando-nos em seu portão. Mas no quarto dia só havia a casa, velha e só, ninguém se preocupou em esconder a tristeza, nem sei se seria possível, continuamos a subir a rua até que Mateus olhou para trás, e lá naquele lugar onde outrora havia estado o “Peludo” estava um senhor de meia idade com barba e cabelos meio grisalhos, Mateus e eu resolvemos ir até lá e perguntar aquele senhor o que havia acontecido ao “nosso cachorro”, já sabíamos, ele nos disse que o cão morrera, éramos crianças, foi uma grande perda.

Naquela noite tive um sonho tão real, sonhei que fazia o mesmo caminho dos dias anteriores, mas era de noite e fui perseguido por um cachorro, não o meu cachorro, era um cachorro mais escuro que a própria noite e com olhos vermelhos como o fogo, quando estava prestes a ser alcançado, acordei, estava terrivelmente quente, minha respiração estava rápida e suor escorria por meu rosto , meu quarto estava escuro como no sonho, mas não havia nenhum cão lá, mas ao longe pude ouvir o uivo de um cão, e por algum tempo esse foi o único som da minha vida, e nesse momento meu coração bateu mais rápido e o suor que escorria por meu rosto tornou-se frio , como havia sido aquela rua, e todas as noites deste esse dia escuto esse uivo, mas de qual cão?

Mr.Peretti

2014


 
 
 

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