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Texto: "17 de Abril"

  • carpediemetec
  • May 2, 2014
  • 1 min read

"

17 de Abril, 1859.

E mais uma vez, sinto a morte perto de mim, me rondando, me cercando, me oprimindo e me assombrando.

Passei meus últimos dias no meu corredor escuro, onde medo nenhum pode me achar. Mas infelizmente eu o encontrei, e ele está em mim, ele sou eu, e eu sou o meu próprio medo.

Me tranquei em mim, pois o vento é perigoso, respirar é perigoso e os dias passam rápidos, como a luz passa por nós. E aquela velha sensação de desgaste, insiste em me completar.

Ora! Estou ficando louco, não me conheço e nem conheço a vida, os dias são monótonos, o medo é singelo e irreversível. Sou uma simples folha seca sendo levada pelo vento, pela brisa, sem direção, sem coordenadas, sou guiado pelo medo, sou feito de paranoias, sou o fracasso do solo, a semente que não brotou, a água que não regou e a folha que caiu no chão. E como ato desumano, fui pisado e arrastado em um solado barato… Conhecendo novos lugares, de um ângulo nem tão honesto e fugaz.

Reconheci em mim, o meu próprio medo, as minhas próprias trevas.

Me encontraram aqui, sozinho em meu corredor escuro, a folha que caiu no chão, que ninguém pisou, mas que todos ignoraram.

Agradeço por terem me encontrado, já gelado e pálido, ali, no meu pobre refúgio frio, nem tão frio quanto o meu corpo, que dentre horas será consumido pela terra, engolido pela tristeza e derrotado por meu próprio medo, pelo medo de morrer.

-Amanda Rocha

 
 
 

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